Desembargando textos

Desembargando textos

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Alguns textos vem sofrendo alguns desembargos, parecem textos que estavam atravessados na garganta. E com seus desembargos, estão sendo colocados para fora. Alcançam livros e internet, conquistando e desagradando alguns leitores.

A tão proclamada literatura potiguarina tem estado na berlinda. De um lado alguns se colocam como poetas e escritores, e de outro lado um há grupo predisposto a perfazer uma crítica, disposto a dizer o que presta e o que não presta; o que é literatura e o que não é literatura; quem é poeta e quem não é poeta; quem é escritor e quem só fala besteiras. Munidos de títulos e diplomas procuram ocupar uma cátedra inexistente. Com um bastão em punho, exibem suas becas e capelos. Com o macete na mão, decretam suas penas. Decidem quem vai para o trono da fama e quem vai para masmorra literata.

Não demora deverão estabelecer critérios para dizer o que é literatura em terras potiguares. Como números de paginas e grossura do livro, tipo de papel e tamanho de letra. Constituirão escolas literárias, de acordo com suas bissetrizes. Estão influenciados pela academia do cientificismo, são meros epistemologistas, adoram um pragmatismo. Podem até criar um instrumento, ou uma fórmula com logarítmica e derivadas. Uma régua ou um paquímetro para avaliar os livros. Com um micrômetro avaliarão os textos, escritos em poucas folhas. Textos ou testículos.

Literatura potiguarina ou potiguar não importa, o que importa é que palavras e frases vem sendo colocadas para fora. Uma guerra de textos e letras, defesas e disputas, no ringue das letras. Onde o leitor será o juiz, e não pessoas com símbolos e brasões estampados sobre as suas vestes.

Há leitores para quadrinhos ou pornografias, para coisas que se entendam como boas ou ruins, adultas ou infantis. E ainda há os compradores para adubo, esterco ou bosta de vaca, cada um com seus conhecimentos e suas necessidades.. O escritor pode escolher o texto e o público, enquanto o leitor escolhe a narrativa  e o autor.

Sem mais a declarar, peço o deferimento.

No dia 26 de dezembro, no ano 2016 do Nosso Senhor, próximo a comarca de Natal.

Roberto Cardoso (Maracajá)

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